sábado, 30 de janeiro de 2016

De poço e de céu

E de tanto mirar e remirar aquele poço
Seu corpo se fez arcado, seus olhos se fizeram baixos
Seu pensar se fez vazio
Sentia a profundidade daquele vão continuado em reminiscências
E vivia tudo mais com a superficialidade do desinteresse
Foi um dia que um tropeço pôs seu corpo torto de repente na composição do horizonte
E na marra a fez mirar o poço contrário e amplo de cima
No céu então encontrou onde aprofundar - se pra cima
Se deu conta de quanto tempo perdeu no profundo do poço da melancolia
E então queria e crescia e construía sua torre de mármore firme e só.

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